sexta-feira, 27 de maio de 2011

Balanço da visita à Terceira - Maio de 2011

Texto da Conferência de Imprensa realizada hoje pelas 11h, em Angra do Heroísmo. A Rádio e a Televisão pública primaram pela ausência alegadamente por falta de meios técnicos e humanos, no caso da televisão, a rádio pública não me deu informação sobre a sua ausência mas suponho que devem ter sido os incontornáveis intocáveis critérios jornalísticos ou, quiçá a crónica falta de meios técnicos e humanos.


Pescas, Desporto, Juventude e Energia

No cumprimento de um dever estatutário mas, também e sobretudo dando expressão a uma prática política de proximidade com os cidadãos, as organizações e as instituições no exercício do mandato que foi conferido pelo povo açoriano estou a concluir, hoje, uma visita oficial à ilha Terceira.
Desta visita constaram encontros com a Associação de Armadores e Pescadores Terceirenses, com a Direcção da Associação de Jovens da Fonte Bastardo, com um representante do “Movimento Geração à Rasca” e com o Presidente do Conselho de Administração da Geoterceira.
A concentração de poderes discricionários na Subsecretaria Regional das Pescas, a gestão de stocks e a necessidade de introduzir mecanismos de regulação no mercado, de modo que a riqueza gerada pelo sector seja distribuída com equidade e o preço final do pescado junto dos consumidores não seja inflacionado pela gula de alguns intermediários pouco escrupulosos, são preocupações partilhadas pelo PCP Açores e sobre as quais é necessário actuar para garantir a sustentabilidade das pescas na Região, a valorização social e económica dos pescadores e acabar com a governamentalização e instrumentalização do sector.
O Governo regional mantém a discricionariedade na atribuição de apoios, pela Direcção Regional do Turismo, aos clubes desportivos que participam em provas nacionais. Situação que o PCP Açores considera inaceitável e, uma vez mais denuncia como sendo uma prática perversa de exercício do poder.
Por outro lado e reconhecendo que o quadro legal de apoio aos clubes desportivos e associações de modalidade tem sofrido evoluções positivas, o PCP Açores considera inaceitável que se mantenham, nesse importante instrumento de gestão do desporto regional, algumas normas que impedem, por exemplo, o Campeão Nacional de Voleibol Masculino de aceder ao prémio de classificação.
Não pode a Região e os seu governo festejar um título nacional e depois retirar-lhe um prémio monetário por via de uma norma legal que se tivesse sido cumprida teria afastado a possibilidade do clube ter alcançado o título que encheu de alegria todos os açorianos.
A utilização de atletas formados na Região não pode ser imposta por via administrativa, para o PCP Açores a solução passa pelo reforço dos meios afectos à formação desportiva e o consequente aumento da qualidade competitiva dos atletas açorianos. Por outro lado. O PCP Açores considera que esta norma é discriminatória quando comparada com o quadro de apoio às competições profissionais promovidas pelas “Ligas” de clubes.
No encontro informal que mantive com um representante do movimento denominado “Geração à Rasca” houve oportunidade para reconhecer que o grito de revolta de uma geração transbordou para outras gerações e transformou-se numa importante jornada de luta política. A manifestação de 12 de Março de 2011 congregou o descontentamento generalizado e sem idade e foi um importante momento da luta de massas que se foi avolumando contra o rumo das políticas que sucessivos governos adoptaram, e que conduziram Portugal para uma profunda crise social, económica e financeira.
Luta de massas que contribuiu para o fim de um governo descredibilizado e subserviente aos ditames dos oligopólios financeiros sem rosto, sem pátria e sem legitimidade.
A génese e configuração da “Geoterceira” tem a marca neoliberal do seu criador e contou, lamentavelmente, com o aval do Governo regional que ao invés de aproveitar o capital endógeno - financeiro e de conhecimento - configurou o projecto da geotermia para a ilha Terceira à margem da Sogeo e, para a tornar o projecto atractivo ao capital externo inflacionou a valor da capacidade produtiva esperada. Valor fundado em expectativas sem fundamento em estudos que pudessem sustentar a capacidade produtiva de 12 MW anunciada.
O resultado desta estratégia errada e contra a qual se levantaram vozes habilitadas pelo conhecimento científico e experimental está agora à vista e com um desfecho que pode ser lesivo dos interesses regionais e em particular da ilha Terceira.
O PCP Açores reafirma a importância do projecto geotérmico na Terceira e considera que a Geoterceira não pode ser liquidada pelo posicionamento cego e imediatista de um dos seus accionistas, no caso vertente a EDP que detém 49% do capital social da “GeoTerceira”.
O PCP Açores irá questionar o Governo sobre estes e outros problemas e não deixará de lutar, dentro e fora do Parlamento Regional, pelo interesse público.

Angra do Heroísmo, 27 de Maio de 2011
O Deputado do PCP Açores
Aníbal C. Pires

terça-feira, 24 de maio de 2011

Visita à Ilha Terceira -2011

No desenvolvimento de uma actuação política estreitamente ligada às populações e aos seus anseios e na procura de soluções construídas em diálogo com as cidadãs e cidadãos, dou amanhã início a mais uma visita de trabalho, desta vez, à Ilha Terceira.


Programa da Visita

Quarta-feira, 25 de Maio
10h - Reunião com a Associação de Armadores Terceirenses (R. Boavista, nº9, S. Mateus)
16.30h - Visita e reunião com a Associação Juvenil da Fonte do Bastardo

Quinta-feira, 26 de Maio
11h - Visita à Geoterceira e reunião com a Administração

Sexta-feira, 27 de Maio
11h - Conferência de imprensa de balanço da visita (Sede do PCP em Angra - Rua do Galo)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Em defesa da Autonomia e da Constituição

Declaração Política de Maio

Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,
Senhor Presidente do Governo Regional,
Senhoras e Senhores Membros do Governo,

Todas as consequências das opções políticas de matriz neoliberal levadas a cabo ao longo dos últimos trinta e cinco anos são agora completamente indisfarçáveis, para lá do conhecido desastre das dívidas, públicas e privadas, temos um país marcado pela pobreza, pela desigualdade, pelo desemprego, pelo abandono da capacidade produtiva, pela dependência externa a todos os níveis.
Não superámos nenhum dos nossos históricos défices estruturais. Nem na educação, nem no desenvolvimento, nem nas assimetrias regionais, nem na balança comercial. Destruiu-se a produção nacional, desbaratou-se a capacidade industrial, arruinaram-se as grandes e pequenas empresas nacionais.
PS, PSD e CDS-PP sempre convergiram e continuam a convergir nas opções políticas que nos levaram ao actual estado de ruína. É bom lembrar que estes três partidos subscreveram o “memorando de entendimento” com a troika, é bom lembrar que PS, PSD e CDS/PP, sendo responsáveis pela crise, são os mesmos que “venderam” o país aos oligopólios financeiros. Oligopólios sem rosto, sem pátria e sem legitimidade.
Por outro lado o PS, o PSD e o CDS-PP sempre fizeram gáudio de ignorar olimpicamente os que há muito vinham a alertar para a fragilidade da economia nacional,
O PS, o PSD e o CDS/PP sempre ignoraram os sinais de que uma profunda crise se avizinhava e ignoraram quem há muito clamava por uma mudança de rumo.
Pois bem, agora os factos falam mais alto e são inegáveis:
O vosso modelo de desenvolvimento falhou, entrou em falência, não obstante insistem no erro e vergam-se perante uma ingerência externa inaceitável!

Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,
Senhor Presidente do Governo Regional,
Senhoras e Senhores Membros do Governo,

Não é, por isso, surpreendente que para o beco sem saída para onde conduziram o país estes três partidos não tenham qualquer solução.
Pelo contrário, o programa que continuam a partilhar, de forma assumida ou não, é a continuação do ataque aos rendimentos dos trabalhadores e do povo, de imposição de mais injustiças e exploração, de comprometimento das possibilidades de crescimento e desenvolvimento económico do país, de abdicação da soberania nacional e de rendição perante os interesses dos oligopólios financeiros e económicos.
Não contentes com a ruína para que conduziram Portugal, pretendem levar agora a exploração do povo portugês para um outro nível. Usando a oportuna chantagem da suposta ajuda externa, preparam-se para ir mais longe do que alguma vez se tinham atrevido, atacando todas as conquistas e direitos e pondo em causa os próprios fundamentos do Estado Democrático.
Depois de terem sido cúmplices activos na liquidação da economia e finanças nacionais, estão agora comprometidos com entidades externas na destruição da Democracia portuguesa!
O ataque é ao Estado de Direito, à Constituição da República e à Autonomia Regional.

Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,
Senhor Presidente do Governo Regional,
Senhoras e Senhores Membros do Governo,

Neste rumo destrutivo, o PS Açores anda cheio de pressa de mostrar serviço e diligente obediência ao banditismo bancário internacional, também conhecido por FMI.
São os primeiros a concordar com o mais grave ataque à Autonomia de que há memória em anos recentes, pela anunciada alteração da diferenciação fiscal, numa atitude que configura uma indesculpável traição aos interesses dos Açores e do Povo açoriano!
Uma atitude que não vai passar em claro nem no plano político, nem no plano eleitoral!
Mas o PS Açores vai ainda mais longe:
Aproveitando o ambiente de preocupação ou se preferirem o “estado de choque”, o PS Açores, introduz taxas moderadoras na saúde, prepara a privatização do sistema de acção social, reduz apoios aos clubes desportivos e veremos ainda que outras medidas estão em carteira para apresentar, porventura depois das próximas eleições.
O PS Açores esgotou-se como partido autonomista e está a abdicar de forma subserviente de marcas distintivas que permitiam ao Presidente do PS Açores afirmar que, nos Açores: taxas moderadoras nunca, aqui somos socialistas; onde está aquele Presidente do governo que afirmava: Lei das Finanças Regionais é para cumprir?
Afinal o que é que V. Ex.as têm de diferente para oferecer às açorianas e açorianos. Eu diria que não é mais do mesmo, é muito pior.

Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,
Senhor Presidente do Governo Regional,
Senhoras e Senhores Membros do Governo,

O PS Açores está unido na cegueira do centrão sem projecto a não ser a conquista do poder pelo poder. É esta ausência de esperança que o rotativismo alternante, entre o PS e o PSD, que obriga a uma verdadeira ruptura política, levada a cabo por um governo patriótico e de esquerda.
Uma ruptura que passa, no imediato pela renegociação da dívida, mas que aposte no médio prazo no valor estratégico da produção regional e nacional, aproveitando as potencialidades da Região e do País para garantir um crescimento económico sustentável, a criação de emprego, o combate à dependência e ao endividamento externos, a redução e eliminação dos défices estruturais, no plano alimentar, energético, industrial e tecnológico e educacional, e a afirmação de uma via soberana de desenvolvimento.
A aposta na produção nacional e no crescimento económico é a via mais rápida e duradoura para aumentar as receitas do Estado, e travar e diminuir o endividamento externo.
Mas também uma ruptura política que promova uma justa distribuição da riqueza nacional, através do aumento dos salários e das pensões, melhorando a vida do nosso povo, também estimulando o mercado interno e o crescimento económico.
Esta ruptura e estas mudanças não poderão ser levadas a cabo pelos que sempre fizeram e defenderam o contrário e que continuam cegamente a teimar, contra as evidências.
Esta ruptura e estas mudanças só podem vir da livre escolha do povo português e não das imposições do banditismo externo ou da demagogia agonizante de um o centrão esgotado e sem outro projecto que não seja o de continuar a devassar recursos financeiros públicos, alimentar clientelas e hipotecar o futuro.

Disse.

Sala de Sessões, Horta, 18 de Maio de 2011
O Deputado do PCP Açores
Aníbal C. Pires

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Acção de campanha em Vila Franca do Campo


Ontem no concelho de Vila Franca do Campo em acção de pré campanha. Participaram, para além de mais de uma dezena de apoiantes, o primeiro candidato da CDU Açores, José Decq Mota, Mário Abrantes e Jaime Pacheco, candidatos da CDU Açores da ilha de São Miguel e o Coordenador Regional do PCP Açores, Aníbal Pires.


Os candidatos da CDU Açores ouviram as queixas da população e registaram o descontentamento existente em relação à difícil situação económica e social que se vive na região e no país e explicaram as propostas da CDU para a ruptura e mudança necessárias.

sábado, 7 de maio de 2011

Alternativa ao bloco central. Agora CDU!

Conferência de Imprensa, DORAA
Ponta Delgada, 07 de Maio de 2011


Senhoras e senhores jornalistas,
A Direcção da Organização Regional dos Açores do PCP esteve hoje reunida em Ponta Delgada para analisar os traços mais salientes da situação política nacional e regional, bem como traçar as principais linhas de trabalho imediatas da organização do PCP Açores tendo em conta, desde já, a dinamização de acções de campanha eleitoral da CDU Açores que se vai estender por toda a Região procurando mobilizar os cidadãos para o acto eleitoral e, sobretudo, transformando o descontentamento e a luta num voto de ruptura e mudança.

1. Uma campanha forte em contacto com as populaçõesA Direcção do PCP Açores traçou as grandes linhas da campanha eleitoral, bem como o funcionamento, meios e estrutura da campanha, que deverá assentar no contacto directo e esclarecimento das populações. Acontecerão diversas iniciativas em todas as ilhas do arquipélago, nas quais participará o primeiro candidato da CDU Açores, José Decq Mota, e entre as quais se destacam desde já:
 Dia 21 de Maio – Abertura da campanha em Ponta Delgada;
Dia 27 de Maio - Jantar de apoiantes da CDU na ilha Terceira;
 Dia 1 de Junho - Jantar de apoiantes da CDU na ilha do Faial;
 Dia 3 de Junho – encerramento da campanha em Ponta Delgada.
A Direcção do PCP Açores apela, assim, todos os militantes do PCP e activistas da CDU para que com o seu esforço e empenhamento contribuam para o esclarecimento dos cidadãos sobre o que verdadeiramente está em jogo no próximo acto eleitoral e possam, dessa forma, reforçar a CDU.

2. Reforçar a CDU para travar o ataque à Autonomia e aos direitos dos açorianos
Neste quadro de dificuldades e ameaças que pesam sobre os portugueses em geral e também sobre os açorianos, torna-se ainda mais importante dar mais força à construção de uma alternativa patriótica e de esquerda, que consiga inverter os rumos seguidos até aqui e desbloquear as vias do progresso e da justiça social, através do crescimento económico, da valorização da produção nacional e da criação de emprego. Tal alternativa só será possível com um significativo reforço da CDU, a única força que de forma consequente sempre se opôs à política ruinosa de PS, PSD e CDS-PP.
A luta contra estas medidas e esta política passa forçosamente neste momento também pelas urnas. O PCP Açores apela, por isso, a todas as açorianas e açorianos para que, no dia 5 de Junho, com o seu voto na CDU, contribuam para travar este novo e grave ataque à Autonomia, à Democracia e à Soberania Nacional e contribuir para um rumo diferente para o nosso país e para a nossa Região e uma vida melhor para o Povo açoriano.



3. Situação política regional e nacionalA situação política nacional e regional está indelevelmente marcada pela assinatura do Memorando de Entendimento entre o governo demissionário de José Sócrates e as entidades internacionais encarregadas de consumar o acto de ingerência externa, por via do erradamente chamado “pacote de ajuda a Portugal”. Errado porque não se trata de uma ajuda mas sim um empréstimo em que os credores impuseram as suas condições. Condições que o PS, o PSD e o CDS/PP aceitaram ao arrepio dos portugueses hipotecando, assim, o futuro do país.
O PCP Açores considera que o “memorando de entendimento” é um pacto ilegítimo, porque visa condicionar as escolhas e opções dos eleitores, fazendo-os aceitar como uma inevitabilidade a imposição de novos e mais graves sacrifícios, a par da abdicação da soberania e independência nacionais à voragem da gula dos interesses dos grandes grupos económicos financeiros, quer nacionais quer estrangeiros.
O PCP Açores denuncia o papel que PS, PSD e CDS-PP desempenham nesta farsa, em que por entre o anúncio de supostas inevitabilidades o que pretendem é continuar e agravar a mesma política que conduziu Portugal à situação em que se encontra.
O PCP Açores destaca que nenhuma das medidas anunciadas aponta qualquer solução para os problemas do país nem qualquer rumo que conduza ao crescimento, à criação de emprego, ao aumento da produção nacional, antes pelo contrário apenas cavam mais fundo o fosso de recessão em que Portugal se afunda.
Por outro lado, é para o PCP Açores completamente inaceitável a ameaça que pende sobre o Poder Local Democrático, com a retirada de ainda mais verbas das transferências do Orçamento de Estado que lhe são devidas, como sobretudo pela possível alteração do mapa autárquico, passando por cima do interesse, vontade e participação das populações. O que se pretende com esta manobra é atacar um dos pilares do sistema democrático em nome da redução da despesa, o que para o PCP Açores é inaceitável.
O PCP Açores denuncia o gravíssimo ataque à Autonomia dos Açores e às condições de vida dos açorianos que o Governo, com o apoio declarado do PS Açores, se prepara para realizar, por via da alteração no sistema fiscal da Região, fazendo com que os açorianos sofram um duplo aumento de impostos. Este ataque é tanto mais grave quanto esta ofensiva é executada por via de uma actuação discricionária que configura, em boa verdade, uma excepção ao princípio de legalidade constitucionalmente consagrado, que se funda nos poderes próprios e originários conferidos por via da lei fundamental às Regiões Autónomas e insusceptíveis de apropriação externa.
A existência de reduções no IRS, IRC e IVA nos Açores resulta das suas condições de insularidade e distância e dos custos de vida agravados que os açorianos têm de enfrentar. É por isso completamente inaceitável que esse princípio de solidariedade e coesão nacional seja obliterado em nome de um problema orçamental que não foram nem os Açores, nem os açorianos e açorianas a criar.
É igualmente inaceitável que a Lei das Finanças Regionais continue a ser utilizada e distorcida pelo Governo da República em função das suas conveniências orçamentais, retirando à Região a estabilidade orçamental que necessita e roubando aos açorianos as verbas que lhes pertencem por direito.
Assim, a DORAA do PCP não aceita qualquer revisão da Lei das Finanças Regionais que coloque em causa o adquirido autonómico e, na sequência desta posição política de princípio a Representação Parlamentar do PCP Açores irá apresentar, já no próximo plenário de Maio, um Projecto de Resolução visando uma clarificação de posicionamento por parte das restantes forças políticas regionais, para que a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores recuse estas medidas e defenda, como deve, a Autonomia e os legítimos interesses do Povo açoriano.
Neste quadro de dificuldades e ameaças que pesam sobre os portugueses em geral e substancialmente agravadas na Região, torna-se ainda mais importante dar mais força à construção de uma alternativa patriótica e de esquerda, que consiga inverter os rumos seguidos até aqui e desbloquear as vias do progresso e da justiça social, através do crescimento económico, da valorização da produção nacional, da criação de emprego e pela reforma dos actuais Tratados que vinculam o Estado português e que constituem em múltiplos casos um entrave à livre escolha do paradigma de desenvolvimento.
Tal alternativa só será possível com um significativo reforço da CDU, a única força que de forma consequente sempre se opôs às políticas ruinosa de cariz neoliberal executadas ao longo de 35 anos pelo PS, PSD e CDS-PP.
A luta contra estas medidas e esta política não se esgotando nas eleições de 5 de Junho, passa forçosamente e neste momento também pelas urnas e pelas opções de voto que forem feitas.
O reforço eleitoral da CDU é o caminho para transformar o descontentamento e a luta num voto de ruptura e mudança.
Obrigado pela vossa atenção!

DORAA do PCP
Ponta Delgada, 07 de Maio de 2011

Em defesa do adquirido autonómico

A Representação Parlamentar do PCP apresentou hoje um Projecto de Resolução para pronúncia por iniciativa própria sobre o "Memorando de Entendimento do Programa de Assistência Financeira a Portugal". Esta iniciativa visa a defesa do adquirido autonómico, ou seja, as competências autonómicas consagradas constitucional e estatutáriamente não podem ser alteradas por imposição externa. A redução de 30 para 20% no IVA, IRS e IRC só é possível por uma alteração da Lei das Finanças Regionais, ou por iniciativa da própria ALRAA, logo a aceitação desta imposição da troika é ilegítima. Por outro lado estando consagrado constitucionalmente que a criação de autarquias (Freguesias ou Câmaras) é uma competência da ALRAA também qualquer reconfiguração do mapa administrativo da Região só pode acontecer por iniciativa da ALRAA e não por qualquer imposição discricionária imposta do exterior.


Projecto de Resolução
Pronúncia por iniciativa própria da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores sobre o Memorando de Entendimento do Programa de Assistência Financeira a Portugal


O Governo da República prepara-se para, ao arrepio da Constituição da República Portuguesa e do Estatuto Político e Administrativo, prejudicar de forma directa e indirecta a Região Autónoma dos Açores.
Se as medidas que o Governo pretendia implementar nas várias versões do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) atingiam com gravidade a qualidade de vida dos açorianos e a capacidade investimento das instituições regionais e locais, com o Memorando de Entendimento recentemente apresentado, estamos perante um rasgar de todos os princípios consagrados de lealdade institucional e de solidariedade nacional.
O Governo da República anunciou por esta via a intenção de alterar substancialmente as condições do seu relacionamento com a Região, atingindo nomeadamente uma das competências centrais do Estatuto Político e Administrativo da Região Autónoma dos Açores que é a da adaptação do sistema fiscal.
Assim, o Governo da República pretende limitar a possibilidade de redução das taxas dos impostos nacionais de 30% para 20% nas Regiões Autónomas, no que constitui, a par dos anunciados aumentos nas taxas nacionais, efectivamente um duplo aumento de impostos que os açorianos terão de suportar, sem que as condições que justificam a existência destes regimes fiscais mais favoráveis nas Regiões Autónomas se tenham sob qualquer forma alterado. Trata-se de uma medida que tendo um peso diminuto no esforço nacional de consolidação orçamental terá sérios e profundos impactos na Região Autónoma dos Açores.
Não só estamos perante uma profunda injustiça que contribuirá para acentuar a desigualdade objectiva entre as condições de vida dos açorianos e dos restantes portugueses, como se trata do mais grave ataque à Autonomia da história recente, anulando na prática o princípio do adquirido autonómico.
Também pretende o Governo da República reduzir uma vez mais as transferências devidas para a Administração Regional, subvertendo propondo a revisão da Lei das Finanças Regionais, comprometendo a estabilidade orçamental da Região e o direito dos açorianos de livremente decidirem sobre os investimentos necessários ao seu desenvolvimento.
Da mesma forma, de entre as medidas anunciadas, está a da redução de transferências financeiras para as Autarquias Locais, comprometendo a sustentabilidade e dando mais um golpe na sua já depauperada capacidade de investimento, comprometendo de forma porventura definitiva a sua capacidade de resolver os problemas das populações.
Governo da República pretende ainda reorganizar o mapa das autarquias locais, com vista à contenção da despesa, sem levar em conta as diferentes circunstâncias sociais e geográficas e atacando um dos principais pilares do nosso sistema político vitimizando, uma vez mais, o Poder Local Democrático.
Perante estas e outras ameaças que impendem sobre as condições de vida dos açorianos, sobre os direitos da Região e o Regime Autonómico, importa que o parlamento da Região Autónoma dos Açores assuma a defesa intransigente dos seus interesses e direitos, manifestando desde já, perante a Assembleia da República, a sua firme recusa destas medidas.
Assim, ao abrigo da alínea i) do artigo 34º da Lei 2/2009 de 12 de Janeiro, que aprovou o Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores resolve pronunciar-se por sua própria iniciativa sobre o Memorando de Entendimento do Programa de Assistência Financeira a Portugal, nos seguintes termos:

A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores considera como altamente contrárias ao necessário aperfeiçoamento e aprofundamento do Regime Autonómico, bem como gravemente lesivas do interesse dos Açores e dos açorianos e rejeita firmemente:
- qualquer alteração à Lei das Finanças Regionais que vise limitar a possibilidade e alcance do estabelecimento de regimes fiscais mais favoráveis na Região Autónoma dos Açores;
- o não cumprimento do disposto na Lei das Finanças Regionais em termos de transferências financeiras para as Regiões Autónomas, bem como recusa qualquer redução nessas transferências;
- qualquer redução nas transferências do Orçamento de Estado para as Autarquias Locais, bem como qualquer alteração na sua organização que não leve em conta as competências próprias da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores;
A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores reafirma a importância da defesa dos princípios que estão na base da consagração constitucional das Autonomias Regionais que não podem nem devem ser sacrificados em nome da estabilidade orçamental do Governo da República;
A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores resolve ainda dar conhecimento desta Resolução ao Senhor Presidente da Assembleia da República e ao Governo da República.

Ponta Delgada, 5 de Maio de 2011
O Deputado do PCP Açores
Aníbal C. Pires

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Visita à Graciosa na RTP Açores

Balanço da visita à Graciosa

PCP AÇORES PREOCUPADO COM O INVESTIMENTO PÚBLICO
NA ILHA GRACIOSA


Com o objectivo de conhecer melhor e reforçar a ligação às populações e aos seus problemas, a Representação Parlamentar do PCP Açores realizou hoje mais uma visita oficial à ilha Graciosa.
Nesta visita realizaram-se reuniões com os provedores das Santas Casas da Misericórdia de Santa Cruz e da Vila da Praia, com o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, com a administração da Unidade de Saúde e ainda uma visita ao porto da Praia, bem como múltiplos contactos informais com muitos graciosenses. Destes encontros, a Representação Parlamentar do PCP leva um vasto conjunto de preocupações que estarão presentes na sua acção política no parlamento e fora dele.
Destaca-se como uma obra estrutural urgente e necessária a construção do porto de recreio da Marina da Barra. O PCP Açores congratula-se com a realização dos estudos prévios por parte da Câmara Municipal de Santa Cruz, mas falta agora uma demonstração de empenho nesta obra por parte do Governo Regional. Recorde-se que foi uma proposta do PCP Açores que consagrou, no Orçamento da Região para 2011, as verbas para os estudos necessários a este projecto.
A construção da Marina da Barra não só terá efeitos directos na área do turismo, como contribuirá para mitigar alguns dos problemas de espaço existentes no porto da Praia e que o PCP Açores já denunciou anteriormente.
No plano dos transportes marítimos, a Graciosa foi gravemente prejudicada pelo não cumprimento das obrigações de serviço público por parte da empresa Transmaçor. É inadmissível que esta empresa, financiada por fundos públicos não garanta as ligações a que está obrigada. O PCP Açores irá questionar o governo em relação a esta situação e especialmente sobre a época de 2011, acerca da qual desconhece-se ainda a postura da Transmaçor.
No plano social, mantêm-se e agravam-se algumas das dificuldades sociais que têm atingido os graciosenses, especialmente no plano do desemprego, das dificuldades de fixação dos jovens, mesmo com elevada formação e ainda os resultantes da inadequação dos programas ocupacionais, de curta duração, que acabam por não resolver os problemas de colocação no mercado de trabalho de quem a eles recorre.
No plano dos equipamentos sociais, continuam a verificar-se algumas carências em termos da capacidade no apoio aos idosos, bem como a falta de mais uma creche na ilha. Ainda neste plano o processo de transferência para o novo edifício do Centro de Saúde deve ser uma oportunidade para o seu equipamento e modernização, não se devendo limitar apenas a transferir equipamento de um lado para o outro. Por outro lado, apesar da disponibilização de mais algumas consultas de especialidade, a verdade é que por falta de médicos e equipamentos de diagnóstico o número de graciosenses que são forçados a deslocar-se para obterem tratamento médico é ainda muito elevado, o que é lamentável.
Em relação aos resíduos, o PCP Açores considera errada a opção do Governo Regional por entregar a futura central de triagem a uma empresa privada, em vez de garantir a sua gestão pública. A triagem e exportação dos resíduos deixa de ser uma receita para a Câmara Municipal de Santa Cruz passando, pelo contrário, a ser uma despesa que será paga directamente pelos munícipes, o que para o PCP Açores é inaceitável.
No plano das infra-estruturas ligadas ao sector produtivo, o PCP Açores considera importante que se avance rapidamente na construção do matadouro, bem como no projecto de modernização nas instalações da Adega Cooperativa, ambas fundamentais para o desenvolvimento económico da ilha Graciosa.
O PCP Açores irá levar oportunamente estas e outras questões surgidas durante a visita ao Parlamento Regional.

Santa Cruz da Graciosa, 05 de Maio de 2011
O Deputado do PCP Açores
Aníbal C. Pires

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Visita à Ilha Graciosa

No desenvolvimento de uma actuação política estreitamente ligada às populações e aos seus anseios e na procura de soluções construídas em diálogo com as cidadãs e cidadãos, dou amanhã início a mais uma visita de trabalho à Ilha Graciosa.


PROGRAMA DA VISITA

Terça-feira, 3 de Maio
18.00h - Reunião com a Sra. Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz da Graciosa;

Quarta-feira, 4 de Maio
10.30h Reunião com o Sr. Presidente da Câmara de Santa Cruz da Graciosa;
14.30h Visita ao Centro de Saúde e reunião com a Administração da Unidade de Saúde;
17.30h Reunião com o Sr. Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Vila da Praia;

Quinta-feira, 5 de Maio 
10.30h Visita ao porto da Praia
14.30h Conferência de Imprensa de balanço da visita  (Hotel da Graciosa)