quinta-feira, 15 de março de 2012

É o tempo de dar mais força à CDU

Declaração do Primeiro Candidato da CDU Açores ao círculo eleitoral de S. Miguel e ao círculo regional de compensação


Açorianas e açorianos
Caros Camaradas e Amigos,
É com uma profunda alegria e entusiasmo que aceito publicamente, aqui e hoje, a exaltante tarefa de dar voz a este grande projeto coletivo, que vem sendo construído no dia-a-dia e ao longo de várias décadas, por tantas e tantos açorianas e açorianos que anseiam e lutam para que na sua Região se cumpra o sonho do desenvolvimento harmonioso e da construção de uma sociedade mais justa onde, sem medos nem arreios, a democracia política, económica, cultural e social não seja, apenas, uma quimera com o presente amordaçado e o futuro adiado.
Nesta minha primeira declaração como candidato da CDU ao círculo eleitoral de S. Miguel e ao círculo regional de compensação, quero começar por agradecer, com humildade, aos organismos de direção, bem como a todos os militantes, simpatizantes e ativistas do PCP e da CDU Açores que, mais uma vez, depositam em mim a sua confiança.
É uma confiança que me honra, mas é uma confiança que, sobretudo, me obriga. Obriga-me a ser diferente.
Diferente dos que vêm na política uma forma de ascensão pessoal ou de obtenção de benefícios;
Diferente dos que, encavalitados na sua própria vaidade, encabeçam projetos de poder e ambição pessoal;
Diferente dos que vêm no resultado imediato das próximas eleições o tudo ou nada da sua ação política, não se importando de sacrificar o futuro para obter ganhos no imediato;
 Diferente, por fim, dos que olham para os cidadãos apenas como números, como votos para serem conquistados numa disputa sem sentido, sem escrúpulos e sem valores.
Esta é uma candidatura diferente, uma candidatura solidamente ancorada na realidade mais profunda, aquela realidade que não vem nos jornais, a realidade experienciada pelo Povo Açoriano;
Uma candidatura escorada em valores que não se torcem, nem se vergam aos ventos passageiros da oportunidade política;
Uma candidatura movida não pela vaidade de um, mas pelo esforço coletivo de muitos e cujos objetivos de fundo estão muito para lá do mero horizonte eleitoral – porque o nosso objetivo, camaradas e amigos, não é apenas ganhar votos. O nosso objetivo é contribuir para a construção de um mundo melhor!
Uma candidatura diferente porque é a melhoria das condições de vida e o bem-estar do nosso Povo que a move e que a anima.
Esta é uma candidatura diferente, porque diferente é a CDU!

Açorianas e açorianos
Camaradas e Amigos,
Quando dizemos que a CDU é diferente, não estamos a repetir um chavão político. Estamos a falar de uma verdade que tem vindo a ser construída ao longo de muitos anos, pelo esforço generoso e abnegado de milhares de mulheres e homens em todo o país, e também aqui. Aqui, nos Açores, nestas ilhas que dão dimensão atlântica a Portugal.
Ao contrário de outros, não foi só agora que descobrimos os Açores. Não chegámos agora ao combate pela defesa dos direitos dos açorianos. Em todos os momentos mais centrais da história contemporânea do Povo Açoriano, os comunistas e os seus aliados, estiveram lá!
Na oposição à ditadura e, depois, na implantação da Democracia nos Açores, os comunistas açorianos e os seus aliados estiveram lá.
Na luta pela Autonomia, contra os centralistas e contra a extrema-direita reacionária, os comunistas açorianos e os seus aliados estiveram lá.
Na defesa da coesão, e contra a exclusão das ilhas mais pequenas dos fluxos do investimento e dos frutos do progresso, os comunistas açorianos e os seus aliados estiveram lá.
Na criação de mecanismos para compensar a insularidade: na criação do salário mínimo regional, do complemento de pensão, do abono de família, do complemento salarial dos funcionários públicos, na redução de impostos, os comunistas açorianos e os seus aliados estiveram lá.
Na resistência aos desmandos da União Europeia, contra o roubo das 100 milhas na Zona Económica Exclusiva Açoriana e contra o fim das quotas leiteiras, os comunistas açorianos e os seus aliados estiveram lá.
Em todos os momentos, solenes ou quotidianos; em todas as ilhas: grandes e pequenas; em todas as lutas e protestos em defesa da Autonomia, dos direitos do Povo Açoriano e por uma vida melhor, a CDU esteve, está e estará sempre presente.

Açorianas e açorianos
Camaradas e Amigos
Também ao longo dos últimos quatro anos continuámos a estar no lugar que é nosso, ao lado do Povo Açoriano, na linha da frente da luta pelo progresso e pela justiça.
Fomos a oposição que marcou a diferença, ao trazer ao Parlamento Regional os problemas dos trabalhadores e das camadas sociais mais desfavorecidas, mas também os problemas das ilhas mais pequenas e das populações mais isoladas.
Fomos a oposição consequente, que lutou com firmeza e decisão contra os desmandos do Governo do PS e contra a hipocrisia da direita, em defesa da Autonomia, dos direitos dos açorianos e pelas suas condições de vida, participando com conhecimento, profundidade e coerência em todos os debates parlamentares.
Fomos a oposição com consequência que, ao contrário de outros, não se ficou a clamar no deserto, agarrado à crítica estéril e sistemática mas, pelo contrário, apresentámos soluções e conseguimos obrigar a maioria do PS a aprovar algumas das nossas propostas, que tiveram um impacto positivo na vida das populações.
Assim foi com o aumento do complemento de pensão e o complemento salarial dos funcionários públicos, em que as propostas da CDU contribuíram para inverter uma longa e continuada desvalorização.
Assim foi com o aumento das diárias dos doentes deslocados e seus acompanhantes.
Assim foi com a atribuição de subsídio de almoço aos jovens estagiários dos programas Estagiar. Assim foi com o Plano Regional de Combate ao Trabalho Precário.
Assim foi com a defesa da economia produtiva, assim foi com a valorização do trabalho e dos trabalhadores.
Assim foi com a defesa e valorização do aeroporto de Santa Maria, com a criação do centro de Aditologia do Faial, com a Marina da Graciosa, projetos que o Governo Regional deixara paralisados; estes são apenas alguns exemplos de entre muitos outros.
A riqueza e abrangência deste trabalho parlamentar demonstra que, embora o Deputado da CDU fosse único, esse Deputado nunca esteve sozinho! Pelo contrário, com ele estavam os coletivos CDU de todas as ilhas, contribuindo com as suas propostas e o seu conhecimento das realidades locais para encontrar as melhores soluções, enriquecendo o projeto da CDU!
Na sua ação, a CDU abordou todas as questões centrais da vida dos açorianos. Mais recentemente, fomos a única força política que propôs, no Parlamento Regional, a devolução por inteiro dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos açorianos, rejeitada com alívio pelo PS, PSD e CDS-PP. Propusemos que a Assembleia Regional tome posição na defesa dos postos de trabalho na Base das Lajes, a proibição do cultivo de transgénicos nos Açores, a aquisição de um barco para estabelecer uma ligação marítima regular entre Santa Maria e São Miguel, propostas que ainda serão discutidas nesta legislatura. Até porque, ao contrário do PS e do PSD, não somos candidatos a tempo inteiro que se dedicam exclusivamente à propaganda eleitoral e à promessa fácil. Daqui até às eleições, o trabalho político e parlamentar não vai parar, como sempre com firmeza, com seriedade, com visão de futuro!

Açorianas e açorianos
Camaradas e Amigos
Lançamos esta candidatura num momento especialmente complexo da vida da nossa Região. Um momento em que as maiores forças políticas, PS, PSD e CDS/PP procuram, por todos os meios, cultivar a resignação perante os sacrifícios que pretendem impor, alimentar a desistência e a desesperança para garantir que nada mude nos Açores e, sobretudo, lançar a confusão sobre os eleitores para assim obterem o poder de que necessitam para perpetuarem alternância estéreis e alianças espúrias.
O PS, enfrentando uma mudança no ciclo político, tenta mudar as caras para não mudar as políticas, procurando dissimular, por um lado a concordância e subserviência para com as políticas do passado recente protagonizadas por José Sócrates, quer as opções do atual governo de Passos Coelho e, por outro, o PS apagar os efeitos desastrosos da sua própria governação nos Açores.
O PS enfrenta as consequências de um falhanço em toda a linha: Olhe-se para o desemprego, olhe-se para os encerramentos de empresas, olhe-se para o nível de vida dos açorianos, olhe-se para os transportes marítimos e aéreos e, resulta claro que os múltiplos milhões de euros investidos só serviram para engordar interesses e alimentar clientelas, porque para desenvolver os Açores e melhorar a vida dos cidadãos não serviram de certeza!
Os açorianos sabem-no e o PS sabe que eles sabem. Daí o frenético foguetório pré-eleitoral do seu candidato, apoiado por um governo que deixou de governar para se dedicar a tempo inteiro à propaganda, à promessa e ao embuste!
O PSD, animado pela miragem de o poder lhe voltar a cair no colo sem nada ter feito para o merecer, tudo promete e tudo anuncia, contaminando o espaço público regional com uma verdadeira maré de propaganda tão tóxica e pegajosa como qualquer maré negra! Sobretudo, o que preocupa o PSD é que não se note muito o seu disciplinado alinhamento com as malfeitorias de Passos Coelho. O que atormenta o PSD Açores é que seja desmascarada a sua cumplicidade ativa com os roubos feitos aos açorianos, com os ataques aos direitos da Região e com a política mais ruinosa de que há memória neste país e nesta Região e com o maior ataque ao adquirido autonómico de que há lembrança.
O CDS/PP também tudo faz para se descolar das políticas do Governo da República, de que faz parte. E, como os tempos estão maus para esse lado, o CDS/PP Açores, em vez de fazer política, faz teatro, tentando dramatizar até à histeria as críticas superficiais e os incidentes sem conteúdo com que constrói a sua encenação. Mas não consegue esconder o seu apoio efetivo a medidas como o roubo dos subsídios de férias e de natal, o congelamento das reformas, os cortes nas prestações sociais, entre muitas outras iniquidades da autoria dos seus ministros e do seu Governo.
As açorianas e os açorianos saberão na altura certa recusar qualquer hipótese de replicar nos Açores a maioria de direita que governa o País e que, serviçalmente serve os oligopólios financeiros representados politicamente pelo diretório da União Europeia a que dão rosto a dupla franco-alemã.
Quanto aos pequenos partidos, regra geral, procuram capitalizar descontentamentos difusos presentes na sociedade açoriana, desenvolvendo confusamente um discurso radicalóide sem qualquer consequência e tentando fazer passar por novo o que afinal é velho, envolvendo-se em novas roupagens, como um detergente de segunda que muda de embalagem para aumentar as vendas.
A emergência de novos partidos políticos e as novidades já anunciadas não passam de aplicações, mal-amanhadas, dos princípios da engenharia do produto ao qual se colam os free-lancers da vida e da política. Nada de novo!

Açorianas e açorianos,
Camaradas e Amigos
Ao contrário destes partidos, nada temos a esconder nem a camuflar. Candidatamo-nos por causas. Falamos claro sobre os problemas concretos dos açorianos e sobre as suas soluções.
A nossa estratégia politica e eleitoral não se funda nem se vai alinhar ao lado das promessas vãs e no populismo demagógico que já inundam o espaço público regional.
Iremos apresentar um vasto conjunto de propostas para cada uma das nossas ilhas e para a nossa Região que no seu todo darão substância a uma profunda mudança política nos Açores. Propostas construídas coletivamente com os contributos recolhidos no diálogo que permanentemente mantemos com as açorianas e açorianos.
Queremos uma Região que crie emprego, sustentável, com direitos, assente no desenvolvimento do setor produtivo e no aumento do poder de compra das famílias. Uma economia que valorize os nossos jovens e as suas qualificações e lhes permita a fixação, estancando a crónica perda de população das nossas ilhas.
Queremos uma Região onde as entidades públicas assumam o seu papel fundamental de motor da economia das nossas ilhas, canalizando investimentos e esforços para o desenvolvimento sustentado e harmónico dos Açores e não para os interesses e clientelas do costume.
Queremos uma Região com um sistema de transportes integrado, eficaz, acessível e de qualidade que seja o suporte de um mercado interno dinâmico e uma porta aberta ao exterior, em vez de ser o garrote que asfixia todos os setores da economia regional.
Queremos uma Região onde a riqueza natural e ambiental seja protegida e valorizada, em vez de ser sacrificada aos caprichos do golfe ou às miragens de um turismo de modelo importado e desadequado à nossa realidade e singularidade.
Queremos uma Região onde os cuidados de saúde eficazes e de qualidade sejam um direito realmente existente, em vez de serem uma miragem de palavras vazias, submersa por listas de espera, taxas moderadoras e dívidas incontroláveis e, onde, veja-se o paradoxo, segundo o Presidente do Governo Regional a melhoria dos serviços está na origem dos aumento das listas de espera.
Queremos uma Região onde a educação, a cultura e o desporto sejam o património coletivo de todos os açorianos, em vez de um mero enfeite na lapela do poder.
No momento de crise que o país atravessa é ainda mais urgente dar força a uma verdadeira mudança política que inverta o rumo ruinoso que nos trouxe a esta situação. Para essa política, para essa solução só o voto na CDU é decisivo!
Perante a chantagem a que é sujeito todo o Povo Português e, de forma ainda mais arrogante o Povo Açoriano, é ainda mais urgente dizer não. Dizer não e dizê-lo bem alto, é ainda mais urgente dizer que existe outro caminho e demonstrá-lo com ideias e propostas. Essa firmeza, essas ideias, essas propostas são as propostas da CDU!

Açorianas e açorianos,
Camaradas e Amigos
Partimos para estas eleições num quadro complexo e difícil. Conhecemos bem a pressão e o medo que, nas eleições regionais, são lançados sobre todos os que se atrevem a dar a cara por qualquer projeto que ameace os poderes instituídos. Na CDU, conhecemos bem as estórias, antigas e recentes, das ameaças, veladas ou nem por isso, sobre os que ousam contestar a hegemonia dos velhos caciques. Por isso, daqui quero dizer bem alto:
Deste lado nunca faltou coragem para enfrentar a tirania e lutar pela mudança!
Deste lado não faltará nem a firmeza, nem a audácia para dar o exemplo e unir e todos os homens e mulheres livres que estão fartos de sofrer a intimidação de um poder apodrecido!
E daqui lanço um apelo às açorianas e açorianos de todas as ilhas para que não se deixem intimidar, para que não se resignem nem abdiquem do seu direito de cidadãos. Daqui apelo para que, livre e conscientemente, participem na condução dos destinos dos Açores.
As açorianas e açorianos encontrarão sempre na CDU e nos seus ativistas o mais firme e convicto dos aliados.

Açorianas e açorianos
Camaradas e Amigos
Mas, para além de desafios, este é também um tempo de oportunidades.
As pessoas estão cansadas, assustadas, dececionadas até. Fartas dos velhos partidos alternantes e do seu apêndice, fartos e das suas velhas promessas vãs.
As cidadãs e os cidadãos anseiam pela mudança, pela verdade, pela esperança.
É por isso o tempo de lhes levar a nova esperança de que a CDU é portadora. Este é o momento para o nosso Povo transformar o descontentamento em ação, este é o tempo para levar a luta pelos direitos e a resistência à política de empobrecimento até ao voto.
E os açorianos conhecem-nos. Sabem que a CDU é a opção mais firme e mais segura para dar força a essa luta, sabem que a resistência às políticas da troika nos Açores é a CDU que a trava.
É tempo camaradas e amigos, de levar essa coragem, essa firmeza, essa nova esperança aos açorianos, a cada lugar, a cada freguesia, a cada concelho, a cada ilha.
De falar como sempre falamos: olhos nos olhos;
De fazer como sempre fazemos: com honestidade, com competência, com criatividade, sem medo nem preço.
Este é o tempo de engrossar esse rio de vontades que há-de desaguar na mudança política que os Açores precisam!
Por isso, camaradas e amigos, a CDU irá apresentar programas, propostas e listas de candidatos em todas as ilhas dos Açores.
E todos os votos, de Santa Maria ao Corvo, irão contar para eleger os Deputados que constituirão um Grupo Parlamentar da CDU na próxima legislatura!
Vamos, em conjunto, com toda a confiança espalhar a notícia pela nossa Região:
Pelos Açores é tempo de mudar!
Pelos Açores é tempo de dar mais força à CDU!
Viva a CDU!
Vivam os Açores!

Ponta Delgada, 15 de março de 2012
Aníbal C. Pires

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