sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O desemprego atinge mais de 18000 açorianos

Desemprego histórico nos Açores
mostra falhanço das políticas do Governo Regional

O INE acabou de divulgar os dados resultantes do Inquérito ao Emprego do 4º trimestre de 2011.
A nível nacional, embora a taxa de desemprego, em sentido restrito, calculada para este trimestre seja de 14,0%, o que corresponde a 771 mil desempregados, se incluirmos as situações de subemprego visível e os inativos disponíveis, a taxa desemprego essa taxa situa-se nos 20,3%, o que corresponde a mais de um milhão e cento e sessenta mil desempregados (1 160 700). Em termos médios anuais a taxa de desemprego em sentido restrito fixou-se nos 12,7%, o que corresponde a 706,1 mil desempregados, enquanto em sentido lato a taxa de desemprego em 2011 foi já de 18,4%.
Os dados agora divulgados refletem uma subida impressionante do desemprego no último trimestre de 2011 e uma queda enorme no emprego. Não há memória de queda tão abrupta no emprego e de subida do desemprego, entre dois trimestres consecutivos. A alarmante e insustentável situação revelada por estes dados, confirma o rumo de desastre que a política do Governo PSD/CDS-PP e o pacto de agressão estão a impor aos trabalhadores ao povo e ao país.
É urgente uma grande resposta dos trabalhadores, nomeadamente pela participação na Greve Geral do próximo dia 22 de Março, para conseguir uma profunda mudança política.
Em relação aos Açores, estamos perante mais um enorme aumento do desemprego que, de acordo com os números oficiais, atinge os 15,1% no final do 4º trimestre de 2011, correspondendo a mais de 18.000 açorianos sem trabalho! E, importa lembrar que, tal como sucede a nível nacional, estes números não refletem todas as situações de desemprego efetivo, pelo que o número de desempregados será ainda mais elevado.
Este número histórico é bem demonstrativo da verdadeira catástrofe social que atinge a Região Autónoma dos Açores e espelha bem o total falhanço das políticas do Governo do PS, um falhanço que o próprio Vice-Presidente assume ao esperar que a taxa de desemprego nos Açores atinga uns incríveis 17% no final do 1º trimestre deste ano.
Como o PCP de há muito vem alertando, os Açores estão a sofrer os efeitos de um modelo de desenvolvimento profundamente errado, baseado num crescimento artificial do setor dos serviços e da construção, sem a sua base indispensável, que é o setor produtivo.
Os anos de crescimento da economia a nível nacional e internacional e a disponibilidade de fundos europeus, não foram aproveitados para desenvolver e modernizar a nossa agricultura e as nossas pescas, base da economia Regional. Ao contrário, o Governo Regional sempre teve para com o setor produtivo uma política pelo menos errática, ora apoiando ora desmantelando, nomeadamente através dos incentivos ao abandono da atividade de pescadores e agricultores. Ao contrário, o que os Açores precisam é de uma nova política que aposte decididamente no desenvolvimento do setor produtivo e nas infraestruturas e sistema de transportes que o suportam.
Com uma economia frágil e endividada, a crise nos Açores chegou com toda a força e, como PCP sempre alertou, com efeitos muito mais destrutivos. Estes números demonstram para lá de qualquer dúvida que as medidas de austeridade, decididas na República e obedientemente aplicadas nos Açores pelo Governo Regional, têm efeitos dramaticamente aumentados na Região, o que demonstra a necessidade imperiosa de utilizar os mecanismos da Autonomia para proteger os açorianos.
A única solução para o desemprego nos Açores passa forçosamente por contrariar a recessão e o melhor estímulo que podemos dar à economia regional é o de dar mais poder de compra aos açorianos. Foi isso justamente que o PCP propôs, através da devolução dos subsídios de férias e de natal aos trabalhadores da administração pública e que PS, PSD e CDS-PP nem quiseram sequer discutir!
A urgente mudança política terá de ser construída pelos próprios açorianos, que com o seu protesto, a sua luta e o seu voto, saberão construir um futuro diferente para os Açores. Podem contar com o PCP!
Horta, 17 de Fevereiro de 2012
O Secretariado da DORAA do PCP

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